A forma correta de descarte de medicamentos tem sido uma preocupação constante da sociedade em diversos países e foi contemplada no Brasil como uma das prioridades no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos, nos termos da Lei n.º 12.305, de 2010 e sua respectiva regulamentação. Os medicamentos que já expiraram da data de validade, ou que sobraram de algum tratamento, que estão em desuso, normalmente são destinados para o lixo comum, o que afeta diretamente a saúde pública. Os mesmos permanecem armazenados nos domicílios da população onde raramente são levados ao descarte correto. Por falta de informação e orientação as pessoas descartam seus medicamentos de maneira inadequada. Atualmente já se identifica a presença de fármacos em rios e em tratamentos de esgoto. A maior gravidade está no caso dos antibióticos, por exemplo, que ao serem descartados indevidamente (lixo comum, pia, vaso sanitário) as bactérias entram em contato com uma pequena quantidade do fármaco tornando-se resistentes a ele. Também merece destaque o fato de o estrogênio, fármaco presente nos anticoncepcionais, é liberado de maneira ativa afetando assim, o sistema reprodutivo de seres aquáticos e a feminização de peixes. A Agência de Vigilância Sanitária – Anvisa-, por sua vez, estima que são jogados no lixo entre 10 mil e 28 mil toneladas de medicamentos, por ano, pelos consumidores e que o Brasil é o sétimo no mercado mundial em volume de medicamentos vendidos. Pensando nisso a Farmacêutica Kelen Arossi, da Unidade Básica de Anta Gorda implantou no local um método para destinação final destes medicamentos. A ideia surgiu junto com seus colegas de estágio realizado na Farmácia-Escola no município de Lajeado –  há quatro anos. Agora como Farmacêutica responsável da Unidade Básica de Anta Gorda implantou no local o método para destinação final desses medicamentos. Uma lixeira em madeira com quatro orifícios em cores diferenciadas, cada um correspondendo a uma Forma Farmacêutica, ou seja, Azul: descarte de formas farmacêuticas líquidas, como xaropes, colírios, soluções e suspensões; Vermelho: o descarte de sólidos, como blister com comprimidos, cápsulas, pós; Verde: os semissólidos correspondem a pomadas, géis, loções; Amarelo: blísteres vazios, pois os mesmos entraram em contato com o produto químico. É de suma importância a realização do descarte correto de produtos farmacêuticos vencidos ou em desuso para evitar impactos cumulativos do meio ambiente e garantir a integridade da saúde pública. É obrigação de todo o estabelecimento de saúde (drogaria/farmácia) que mantenha vínculo com uma empresa capacitada para recolhimento dos resíduos afim de manter o equilíbrio e a qualidade de vida da população. Convido toda a população para que faça uma vistoria em sua “farmácia caseira” e traga até a UBS todos os medicamentos que não estão em uso e vencidos para destinação correta!