O município de Anta Gorda é um dos poucos da região que ainda não terceirizou o abastecimento de água para a Corsan, ou outra companhia e da mesma forma, se mantém prestando serviços de telefonia no interior, onde os consumidores são menos e os custos para manter os serviços são maiores, o que representa o desinteresse em atuar na região por parte de qualquer grupo privado. O objetivo é fornecer água com qualidade por um preço baixo e telefonia àquelas regiões desassistidas pelas grandes companhias.    O prefeito Celso Casagrande e a vice-prefeita Madalena Gehlen Zanchin ressaltam que o município tem assumido o abastecimento da água e reluta em terceirizar o serviço, mesmo atuando com prejuízos, em função de estar ciente de que em caso de terceirização os custos para os consumidores aumentariam significativamente. Da mesma forma, com relação à telefonia. O município conta com um sistema antigo instalado em algumas comunidades do interior, onde principalmente o sinal de celular é precário. O sistema de ramais ainda é mantido em comunidades do interior que necessitam dos serviços e o sinal de celular não chega.    “Já estivemos por diversas vezes interpelando junto às companhias telefônicas buscando uma melhoria no atendimento dos serviços de comunicação, alguns casos conseguimos resolver, mas alguns demandam investimentos amplos, na implantação de antenas e torres e as empresas não demonstram interesse em realizar estes investimentos, em função de não haver viabilidade econômica”, ressalta o prefeito.    Celso e Madalena esclareceram que ambos os serviços têm gerado despesas para o município, mas é uma opção prestar um serviço de qualidade e atender as demandas da população por um baixo custo. Ambos os setores receberam investimentos significativos nos últimos anos, visando melhorar a eficiência dos serviços prestados e os controles da gestão.   “No abastecimento de água investimos bastante em pessoal com o sobreaviso para que os funcionários possam atender e resolver problemas fora do horário normal de trabalho, na aquisição de bombas e instalação de hidrômetros, pois tínhamos muitos casos de hidrômetros parados ou de ligações sem hidrômetros e nestes casos os usuários pagavam apenas a taxa mínima. Na contratação de uma empresa terceirizada que realiza o tratamento da água e seu controle de qualidade.    O município investiu na substituição dos reservatórios metálicos por reservatórios de polietileno e ampliou a capacidade de armazenamento de água em 60 mil litros, melhorando a segurança de abastecimento da cidade.  Também investimos na aquisição de um sistema informatizado e automatizado de controle, para retirar a leitura e gerar as faturas na hora, o que melhora significativamente os controles e o faturamento dos serviços”, esclareceu o prefeito que prevê que em 2019 o serviço seja pelo menos autossustentável, evitando déficits como ocorreram em anos anteriores, como se demostra no relatório das despesas e receitas do abastecimento..    A vice-prefeita Madalena ressalta que este é um tipo de trabalho que a Administração realiza e poucas pessoas tem conhecimento. “Dá problemas no telefone, falta água, vem a reclamação, mas pouca gente tem noção de que se esses serviços fossem terceirizados, em alguns casos nem existiriam, em outros seriam precários e com certeza mais caros”, esclareceu reforçando que o município realiza um grande trabalho nestas duas áreas para fornecer água com qualidade e baixo preço e telefonia naquelas regiões onde outras empresas não atuariam.    Na área de telefonia, no ano de 2017 e 2018 o município investiu em novos postes e construção de novas redes, recuperando a estrutura que estava bastante precária, com isso, os custos também aumentaram neste período, porém,  com estes investimentos os serviços melhoraram significativamente e os custos devem cair neste ano, em função de reduzir a necessidade de manutenção. Mesmo assim, o prefeito avalia que será difícil equilibrar as contas, uma vez que muitas ligações foram canceladas, o número de usuários caiu e com isso, o valor total faturado reduzirá.    As contas dos serviços de água e telefone tem mais um item que contribui significativamente para que fiquem no vermelho, a inadimplência que é elevada. No ano de 2017 a inadimplência com as contas de água chegou a R$ 40.264,74 em 2018 esse número reduziu para R$ 34.783,64 e em 2019 já está em R$ 24.628,83. O total de débitos inscritos em dívida ativa no município referente a abastecimento de água, chega a R$ 353.918,40, um valor elevado se considerado o montante que representa o serviço.    No sistema de telefonia o município também sofre com a inadimplência, ao todo são quase R$ 50 mil em dívida ativa.   A municipalidade está trabalhando na cobrança dos devedores, regularização dos cadastros e otimização dos processos para viabilizar os serviços. Os gestores pedem a todas as pessoas beneficiadas e que se encontram com pendências, que procurem o departamento de cobranças para regularizar, pois a manutenção do atendimento depende desta regularidade.