O milagre da fé

Administração - Terça-feira, 28 de Janeiro de 2020


O milagre da fé "A fé era tanta que vi a imagem de Nossa Senhora de Lourdes descer sobre a cabeça de minha filha"Gesticulando e falando alto com a maioria dos descendentes de imigrantes italianos, Saionara Santin, de 43 anos, se emociona quando relata sua relação de fé com Nossa de Lourdes e a imagem da Santa fixada na gruta no Distrito de Itapuca, interior de Anta Gorda. Bem perto dali, na Linha Sangão, a menina que corria descalça e permaneceu por lá até os 14 anos, e que acompanhava a família nas romarias percorrendo cerca de dez quilômetros a pé até o santuário, não imaginava que alguns anos depois teria na Santa o seu suporte para enfrentar um grave problema.Um tumor no líquido cefálico a levou a sentir tonturas, enjoos e desmaios. Encaminhada para o Hospital da PUC em Porto Alegre, em maio de 1997, foi informada, com a família, de que a situação era gravíssima e que somente uma intervenção cirúrgica poderia resolver a situação, mas mesmo assim, deixaria sequelas em função de ser na região do cérebro. “Nos reunimos e fomos a Porto Alegre com um grupo de familiares levando água benta da gruta e também para nos despedirmos, pois pelo que informaram, poucas eram as possibilidades de ela sobreviver”, conta a mãe, Loide Cenci Santin, de 71 anos.Diante da situação, a pequena comunidade resolveu se reunir em orações. “Nosso pai, Alberto, falecido em 2004, sempre se dedicou a trabalhos voluntários junto a Gruta Nossa Senhora de Lourdes em Itapuca e foi lá, apoiada por uma comunidade tomada pela emoção que as rezas pela saúde de Saionara se multiplicaram”, comenta a irmã Sandra Santin Isoton, de 47 anos. Promessas, novenas e terços tornaram-se rotineiros até que a operação se concretizasse. ‘’A fé era tanta que vi a imagem de Nossa Senhora de Lourdes descer sobre a cabeça de minha filha quando ela entrou para o bloco cirúrgico e aí, tive a certeza de que ela sobreviveria”, relata a mãe, ainda emocionada após 22 anos do fato. Depois de horas de cirurgia, os médicos informam que tudo transcorreu além do esperado, sem problema algum. Após mais quatro intervenções e com a colocação de válvulas na cabeça e tronco, Saionara saiu do hospital sem apresentar nenhuma sequela, contrariando todas as previsões. “Num momento, sentada na cama, com a cabeça raspada cheguei a blasfemar com Deus, dizendo: Te resolve logo, ou me leva daqui ou me deixa viver. Mas a vontade de viver era maior que tudo”, lembra. Para sua mãe foi um milagre da Santa. Um tempo depois, Saionara foi até a gruta cumprir a promessa de descer de joelhos os quase cem degraus da escadaria. Já que a família, em agradecimento, rezou o terço por nove meses na gruta. A recuperação foi tão boa que depois de seis meses, Saionara ficou grávida do filho Andrei, hoje com 21 anos. “Mãe de joelhos, filho de pé” esse é o meu lema de vida. Nada como ver nossos filhos saudáveis e lutando por dias melhores”, exclama Loide.Saionara, que hoje é cuidadora de idosos e reside em Lajeado, não apresenta mais problemas de saúde e acredita que sua recuperação possa servir de exemplo para outras pessoas. “As palavras medo e desesperança nunca existiram em meu vocabulário. “No próximo dia 9 de fevereiro, em mais uma edição da Festa e Romaria da Gruta em Itapuca, os Santin estarão por lá, para agradecer e testemunhar há quem procura forças diante de situações difíceis, que a fé na Santa é capaz de realizar milagres”, concluiu.

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